quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Capítulo 7: Porque o gelo do meu coração é daqueles que foi obrigado a não derreter



O Marcelo continuava a dançar como se nada fosse, os restantes também mas um bocadinho pés de chumbo eu e o Káká eramos os únicos que tinha-mos dado pela entrada do Sérgio e do Cannales. Aquilo estava a ficar filme de mais para o meu gosto por isso pus-me direita, agradeci ao Káká por não me ter deixado cair ao qual ele respondeu com um dos seus sorrisos super fofos e olhei uma última vez para o Sérgio que se tinha sentado e estava com cara de poucos amigos.
-Uh uh uh isto está a aquecer- disse a Diana a rir-se.
-Não sejas parva- respondi com cara séria.
-Clara está na hora, tens alguma música que queiras cantar em especial?- perguntou o Javier
-Oh se tenho!- exclamei com um sorriso travesso
-Ai até tenho medo do que vai sair dai- disse a Diana pondo a mão na cara
Subi ao palco, respirei fundo e sorri, esperava que o Sérgio entendesse Inglês porque aquela música era para ele:


Gives You Hell
I wake up every evening
With a big smile on my face
And it never feels out of place
And you're still probably working
At a nine to five pace
I wonder how bad that tastes.

When you see my face,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you walk my way,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.

Now where's your picket fence, love?
And where's that shiny car?
And did it ever get you far?
You've never seemed so tense, love.
I've never seen you fall so hard.
And do you know where you are?

And truth be told, I miss you.
And truth be told, I'm lying.

(Refrão)
When you see my face,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you walk my way,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you find a man that's worth a damn,
and treats you well,
Then he's a fool,
You're just as well,
Hope it gives you hell.
I hope it gives you hell.

Tomorrow you'll be thinkin' to yourself
"Yeah, when did it all go wrong?"
But the list goes on and on.

And truth be told, I miss you.
And truth be told, I'm lying.

(Refrão)
When you see my face,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you walk my way,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you find a man that's worth a damn,
and treats you well,
Then he's a fool,
You're just as well,
Hope it gives you hell.

Now you'll never see
What you've done to me.
You can take back your memories
They're no good to me.
And here's all your lies,
You can look me in the eyes
With the sad, sad look that you wear so well

(Refrão)
When you see my face,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you walk my way,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell.
When you find a man that's worth a damn,
and treats you well,
Then he's a fool,
You're just as well,
Hope it gives you hell.

When you see my face,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell. (Hope it gives you hell.)
When you walk my way,
Hope it gives you hell, hope it gives you hell. (Hope it gives you hell.)

When you hear this song,
And you sing along
Oh, you'll never tell. (Oh, you'll never tell.)
Then you're the fool
You're just as well
Hope it gives you hell. (Hope it gives you hell.)

When you hear this song
I hope that it will give you hell. (Hope it gives you hell.)
You can sing along I hope that it
Would suit you well

Quando acabei de cantar a minha reacção foi olhar para onde estava o Sérgio e para minha surpresa ele já não estava lá. Olhei outra vez em meu redor e só via pessoas a aplaudir mas nada de Sérgio. “Saltei” do palco e fui sentar-me na mesa ao lado da do Káká:
-Ele foi embora- disse com um sorriso tímido
-Desculpa? Não percebi- disse
-O Sérgio… ele saiu, recebeu um telefonema e saiu
-Ah, não me faz diferença- disse tentando enganar-me a mim própria. Aquele homem tinha mexido comigo de uma maneira que nem um livro de 1000 páginas conseguia explicar.
-Eu sei que não nos conhecemos muito bem mas deu para ver na cara dos dois que se conhecessem e que existe ai alguma coisa- olhei para o Káká e fintei-o, ele era um rapaz doce e mesmo ao dizer aquilo parecia que tinha medo que eu me chateasse por isso decidi sorrir e ser honesta com ele, algo me dizia que podia confiar nele.
-Ora bem eu conheço-o a dias é impossível existir alguma coisa para além … sei lá …. De uma atracção (?)- disse de certa forma fazendo a pergunta a mim mesma
-Estou a ver- respondeu pensativo- O Sérgio é uma pessoa 5*, sempre animado e bem disposto mas no que toca as mulheres não assentou ainda, por isso não te iludas muito
-Ahahah eu? Não, eu acho que já estou vacinada contra sofrimento no que toca ao campo do amor. Quer dizer quem me ouvir falar pensa que eu gosto do Sérgio, que medo!- disse dando um abanão mental a mim própria
-O que queres dizer com “vacinada”?- perguntou curioso
-Cusco tu- Disse a rir- é uma daquelas histórias longas, que nunca te esqueces- disse tendo um grande momento de nostalgia.
-Não me considero cusco apenas gosto de compreender as pessoas, e apesar de me teres conhecido só hoje podes confiar em mim- disse a rir
-Pois isso é um bocado duvidoso visto que és colega/amigo do Sérgio e como disseste conheci-te hoje – respondi rindo também.
-Pois, acho que não tenho maneira de te provar que podes confiar em mim- disse a rir. Olhei-o nos olhos e consegui analisá-lo. Isto de estar a estudar Direito até dava jeito para analisar as pessoas, consegui perceber se ele mentia ou dizia a verdade ahah e o que é certo é que na minha opinião ele estava a ser sincero por isso arrisquei:
-Ora bem história com detalhes ou resumo? –disse rindo
-Com detalhes ahahah
-Depois diz que não és cusco, mas pronto vou começar. Aos 18 anos comecei a namorar com um rapaz chamado João, no início foi mais um curte sabes? Estávamos a conhecer-nos e tal mas depois a coisa começou a ficar séria, começamos mesmo a gostar um do outro, tínhamos planos para o futuro, falávamos de filhos, falávamos de ter uma família enorme numa casa enorme com piscina para os meninos brincarem, basicamente foi com ele que disse a palavra “amo-te”- parei e respirei fundo, a parte que se seguia era a mais chocante, a que me fazia derramar lágrimas atrás de lágrimas- tudo era lindo e maravilhosa cheio de brilhantes de fadinhas e mais não sei dos filmes encantados até que faz uns meses que eu o João e uns amigos fomos sair, ele bebeu um pouco de mais e os acidentes acontecem, ele decidiu ir para o meio da rua e numa fracção de segundos foi levado por um carro que vinha a alta velocidade desde ai nunca estive com mais ninguém nem nunca senti nada por ninguém, nem uma simples atracção até que apareceu o Sérgio…
-Caraca, sinto muito menina cê realmente é uma garota muito legal não merecia sofrer assim- disse pondo a mão dele sobre a minha.
-É verdade- disse limpando a lágrima que teimou em cair- todos nós temos algo que nos faz crescer e aprender e infelizmente alguns são de maneira mais forte que outros.
-Verdade, mas sabe você nota-se que é uma menina forte, eu sei disso porque eu lido com crianças com necessidades que todos os dias lutam pela vida e você tem um bocadinho dessa força deles- disse sorrindo
-Obrigada káká – disso rindo- mas não percebi essa das crianças- continuei, achando-me um pouco burra.
-Desde a uns anos atrás, 2004 mais precisamente, tornei-me um dos embaixadores da Organização das Nações Unidas para o Programa Alimentar Mundial, daí saber o que muitas crianças passam e tem que lutar para sobreviver
-Uau- Disse boquiaberta-Eu já pensei em juntar assim a alguma organização sabes? Acho que se temos possibilidade porque não ajudar os outros?
-A sério? Então um dia destes quando lá for levo-te comigo.
-Boa!- Exclamei- aiii as horas que são eu tenho que ir para casa!
-Sim eu também- respondeu olhando para o relógio- moras muito longe?
-Não- Respondi- moro já ali a frente, é rapidinho mas antes tenho que ir fazer um pedido de desculpas a uma certa pessoa…
Levantei-me e dirigi-me ao Cannales que como não podia deixar de ser estava com a Diana, ele mal me viu endireitou-se todo o que me fez rir o pobre coitado tinha ficado com medo de mim:
-Não te assustes que eu não mordo, só queria pedir desculpa pela minha reacção de hoje de manha estava um tanto ou quanto irritada e acabei por descarregar em ti e nem te conheço….
-Pois eu percebi, mas não tem mal todos nós tempos dias maus
-Uff.. Obrigada por perceberes, bem eu vou para casa tu pronto estás ai né… pronto depois vais lá ter
-Sim, não te preocupes, eu vou lá ter- disse a Diana rindo-se devido a minha “atrapalhação”.
Fui despedir-me o Káká e do Marcelo que disseram que amanha não vinham pois tinham jogo no dia seguinte mas que queriam mais noites de dança o que me fez rir, o Marcelo tinha um maneira de ser bastante engraçada e o Káká estava a tornar-se algo de interessante para mim, arrisco-me a dizer que se estava a tornar um amigo, por último despedi-me do Javier que estava bastante energético pois segundo ele “faturei tão mas tão bem guapa” ahahah ele era um homem engraçado. Raios! Estava na chover, a sorte é que era rápido do bar ao apartamento por isso dei uma corridinha até a porta. Enfiei a chave na fechadura e nesse momento senti uma mão a fazer-me força no ombro, pensei por segundos que estava/ia ser assaltada por isso virei-me lentamente para e dei de caras com o Sérgio:
- Oh só me faltava esta- disse eu pondo a mão na cintura- Que é que queres?- perguntei brutamente.
-Falar contigo, acho que é óbvio não?- respondeu secamente
-Tinhas um bar onde estava quente e com um ambiente fantástico e tiveste que esperar para que eu tivesse na rua, à chuva, a entrar em casa, se pensas que te vou convidar bem que podes dar meia volta e ir embora.
-Mas tu tens sempre que responder assim às pessoas?
-Aquelas que merecem sim, ah e já agora não ouviste a música que cantei era perfeita para ti - disse fazendo um sorriso irónico
-Pronto, ok eu não devia ter dito que foi “só” um beijo, mas o que queres que te diga? Eu não te conheço assim tão bem mas sei de uma coisa que mexes comigo! Em sim ouvi até ao refrão mas decidi não querer ouvir mais para enfim não me chatear
-Eu acho que tudo o que seja do sexo oposto ao teu mexe contigo, por isso… - aquilo foi o que me saiu da boca para fora mas o que o interior me dizia era “ tu também mexes comigo e de que maneira”.
-Não sejas assim!- exclamou ele- então eu estou-te a dizer uma coisa destas e tu dizes isso? Porque que não derretes um bocado desse coração?
-Porque o gelo do meu coração é daqueles que foi obrigado a não derreter- respondi friamente. Dito isto virei costas para entrar em casa e ele agarrou-me:
-Espera…- disse agarrando-me o braço, e em seguida sem me dar hipótese beijou-me.


Como irá reagir Clara? Irá ela conseguir deixar o João ir definitivamente embora da sua memória e aceitar que pode apaixonar-se outra vez? E será mesmo que o Galã do Real Madrid teria assentado ou Clara seria apenas mais uma?


2 comentários:

  1. Oh está perfeitiiiiiiiiiiiiinho +_+
    Isto é está mesmo a ir na direcção certa!
    Continua Sergita!

    Besos.
    Ana (Patrícia) Moreira

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